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Entre Palavras e Emoções: O Dom de Contar Histórias

A arte de contar histórias, uma arte que nasceu com o tempo, ou antes dele? Quando realmente a primeira história foi contada, é quase que impossível de se afirmar. Mas um verdadeiro contador de histórias, ele poderá te dar com precisão quem foi, como estava aquele dia, as pessoas presentes, os sons dos animais, o sentimento de cada um e você irá realmente acreditar, ou melhor, sentir como se estivesse ali, escutando aquela história que irá te cativar e prender até o seu final.

Essa arte, tão oral, mas ao mesmo tempo teatral, é universal. O contador de histórias, que já recebeu tantos nomes, como bardos, pode recitar histórias e culturas e, principalmente, levar notícias de uma região para outra. Muitas foram contadas como fábulas, outras declamadas, escritas em cartas – como da chegada dos navegantes em terras estrangeiras -, cantadas, e assim por diante.

Não importa a língua que ela tenha sido falada ou escrita, o que jamais muda é o sentimento com o qual o contador de histórias narra as aventuras, que trazem verdadeiras emoções e ensinamentos que percorrerão não apenas cidades e países, mas o tempo.

Valores e conhecimentos… e natureza

Hoje, quando se fala de contadores de histórias, muitos apenas pensam naquela pessoa em uma biblioteca com algum fantoche fazendo alguma “vozinha estridente”. Essa é uma visão muito simplista deste grande universo. Esta arte de contar vai além de alguém na biblioteca. Ela nasce em casa, quando os pais contam histórias para seus filhos, quando criam aventuras ou apenas leem algum livro de contos maravilhosos.

E estes contos sempre trarão algum tipo de valor junto de seus bravos personagens! Com esses valores, também nascem conhecimentos a respeito de terras distantes, de outros planetas, de como são os animais, ou seja, uma verdadeira mescla da unidade ser humano e natureza.

Vale lembrar, e destacar, que livros de histórias como de Peter Pan, Senhor dos Anéis, Harry Potter, são verdadeiras obras com um universo cheio de valores e cultura, que quando lidas, nos transportam para lugares fantásticos onde os personagens ali dentro se tornam nossos verdadeiros amigos.

O cinema também é uma verdadeira arte de contar histórias, assim como o teatro. Quantas aventuras não vemos ali, naquela tela ou no palco, onde os atores conseguem, através de sua voz e gestos corporais, passar sentimentos que irão de alguma forma nos tocar?

E aqui está o verdadeiro desafio nesta arte: como contar histórias para tantas pessoas em um planeta onde existem diferentes línguas e culturas? Como conversar e se fazer entender, quando existem aqueles que não podem escutar ou enxergar?

O bardo que chora

O trabalho de um bardo, ainda em pleno século XXI, é apresentar e levar as notícias e novidades de um canto para o outro. De relembrar histórias que para muitos foram esquecidas ou nunca conhecidas. Elas podem ser feitas de diferentes formas, como escrita, falada ou cantada, sempre levando a emoção.

Para levar esta emoção, o bardo precisa aprender a chorar. Sim, ele precisa aprender a sentir as histórias que viu ou escutou. Derrubar lágrimas de emoção ao ver o nascimento de uma criança. Derrubar lágrimas quando um ente querido se vai. Derrubar lágrimas pelas vitórias e derrotas. Um bardo é mais do que um mero recipiente de informações.

Ele é uma verdadeira caixa de pandora, onde soltará todas as emoções em suas histórias, mas sempre deixará guardado ali, dentro de si, para mostrar no final, a esperança. Esta que o ser humano tanto precisa para seguir em frente a todo instante.

A arte de contar histórias é isso: saber dar esperanças às pessoas. E saber como contá-las. É preciso sempre lembrar que o ser humano pode ser igual, porém as culturas e modo de vida, são diferentes. É essencial respeitar isso.

Portanto, a arte de contar histórias vai além de palavras, canções ou interpretações. Ela deve tocar a alma de cada um e trazer o que existe de melhor no ser humano, pois é através das histórias que aprendemos que o passado e futuro são apenas uma coisa: nosso presente de cada dia.

 

Alan Kantlos Senokwoysos
Senda dos Bardos
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